domingo, 5 de maio de 2013

Sobre exposições e mais um poema meu...

Neste domingo, fiz uso do dia e da boa companhia e fui visitar, no MON, a exposição de Escher (a qual já homenageara com um post no Face, há tempos). Achei interessante experimentar um certo olhar de caleidoscópio, que liberta o objeto de sua imobilidade e nos apresenta perspectivas inusitadas, conforme o ângulo de onde se olha.
Aproveitei e entrei na mostra do escritor paranaensíssimo Paulo Leminski, de onde saí inspirada, com meia dúzia de novos poemas pululando. Naquela atmosfera brumosa da exposição, marcada por grafitagem, fotos, colagens, vermelhos e sombras, para mim, não eram simplesmente os poemas que estavam no local, rabiscados nos murais: era como se o próprio poeta estivesse ali, esfregado na parede, eviscerado e desnudo.
Penso na facilidade com que as impressões me tocam, por mais díspares que sejam, e constato que meu termômetro é longo. Sou capaz de me comover com a mais tênue seda do espírito e, em outros casos... bem, eu e o Sr. Christian Gray faríamos uma festa! Assim, logo me chegou aquela sensação de fascínio quase orgástico que, no meu caso, precede a criação. Dessa influência, resultaram vários poemas, como o que apresento abaixo, embora sem a pompa e a circunstância de uma exposição...


In Versus

É sempre a outra face
Da mesma moeda:
Cara ou coroa
só depende da queda...

Deixe-me contar uma coisa
(ah, adoro sua cara de pasmo):
O ódio ainda é o amor,
Com outro tipo de entusiasmo

Então, nunca mais esqueça:
Uma coisa não deixa de ser,
Só por estar de ponta cabeça...

Vem cá, me beija na boca
E larga logo dessa besteira!
O ódio é apenas o amor
que resolveu plantar bananeira

(Marcia Pfleger - 05/05/2013)

2 comentários:

  1. Você escreve bem Heim? Lindooooooooooooooooooooo, inspirador. Aproveito este seu Dom maravilhoso e use-o...bjs

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