Quisera dizer quanto percalço percorri descalça, o quanto a
cardíaca gota de sangue é choque, quisera lavar, deixar alva a alma, calma a
palma, calva a mente, totalmente sem. Quisera apenas o miocárdio do meio-dia,
que fosse exatamente assim, meu coração ensolarado, a pino.
Quisera esquecer-me por deveras tanto, quisera transmutar-me e
me ver não mais no espelho, mas no poço de água que sou à sombra, neste poço de
água à sombra, no qual eu sou...sombra.
Quisera uma fagulha de luz do dia. O dia é generoso, enquanto me acovardo e renego, porque a chispa luminosa vai se multiplicar no
labirinto de espelhos que eu sou, buscando o minotauro que eu sou...mas que
sempre me esconde de mim...
Quisera a liberdade ainda que tardia.
Ou a libertinagem que dá taquicardia.
(Marcia Pfleger)
Ou a libertinagem que dá taquicardia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário