sexta-feira, 8 de março de 2013

Acabo de abrir a caixa de avelórios e eis que as contas de vidro se revelam como um mantra. É hora de retirá-las novamente da caixa, e a caixa, da gaveta...  Qualquer hora, conto para vocês a história do homem sob o toldo vermelho... Por enquanto, deixo aqui os antigos poemas, de pedaços de mim (alguns) que já não existem.




Soneto XX
(Bucólico)

Canteiros verdes, floridos...uma cigarra...
É suave a tarde sobre os arados...
O vozerio dos pássaros, uma algazarra
ao sol que debulha grãos dourados

Recostada sobre a enxada, pensativamente
à névoa lilás do entardecer no horto,
caiu-me o coração - se fez semente:
a vida ressurgiu no peito morto.

Ser assim, sempre assim: verão na alma.
Regar na chuva as lágrimas desfeitas
Tê-las ressuscitado com pureza

E num pacto de amor à Natureza
ter, em estações de fúria ou calma,
mãos capazes para quaisquer colheitas.

(Marcia Pfleger, escrito em 1993)

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